quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Breve caso


Foi só um caso, talvez nada além de um breve acaso, tão abreviado por aquela noite curta, por aquelas horas apressadas que pareciam ter como intento primor nos separar, como se soubéssemos ser um par. Nossos braços se tiveram por tão curtos entrelaços. Nossos lábios se uniram por minutos tão escassos. Sim! Te exclamei em pensamento quando me convidaste a ir contigo, mas a realidade me tornara tão irremediavelmente sensata e me entregar a ti, me entregar ao desejo lancinante da ventura, seria, talvez, um equívoco delicioso, porém, de um desenlace pouco prazeroso. Que pra lá do depois, desses sorrisos acompanhados, desses calores trocados, desses olhares emaranhados, eu sei, tu sabes, nós sabemos bem do depois, do depois que não existe, em que não existimos nós, mas que nos insiste em evocar os instantes a sós.


Anna Valentina

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