sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Desvairada


E desde então viu-se num drama, dos que despontam no gênero dramalhão. Foi de repente, amanheceu e tudo estava um breu. O que houve com a luz? Num determinado momento parou de se questionar. Paralelo aos contos de fada acolá está, a chuva cai dentro da casa e fora continua sereno, feito serenata em noite de luar. Maldito cinema matinê que faz acreditar em comédia romântica clichê, contudo, venho contar-lhes uma tragicomédia, daquelas que de tão trágica não poderia deixar de ser cômica. E quem não se deleita com boa risada? Nem que seja a custa da desgraça alheia. "Rir é o melhor remédio" e de tanto medicar-se, fez-se louca. Ah, quisera eu saber o fim. Loucura não tem fim. E se a morte guarda a eternidade, quem sou eu para saber da verdade, da moral dessa tragicomédia interpretada pelo exagero de uma desvairada que mente sobre felicidade?



Anna Valentina

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Entrelinhas



Há palavras e há silêncios e dentre as entrelinhas há palavras silenciosas e silêncios berrantes, e há sempre a impressão de que qualquer palavra de mais ou silêncio de menos, ou vice-versa, pode fazer todo o entendimento desandar.

Anna Valentina