domingo, 24 de setembro de 2017

Tua breve passagem



Que não te venhas a arrepender
Que esse tipo de engano é veneno mortal
Amor, jamais ter-te-ia mal
Que pesaroso sentimento faz-se fenecer.

Meu medo primor de nunca mais te ver
Tive de conter, tive de contar
O fadário de te ter de deixar
Silenciando o que não se consegue esquecer.

Se amas a outra, que posso eu fazer?
Que posso eu contra teu querer?
A vontade do teu coração selvagem.

Estrada-a-dentro vai minha vida
Minh'alma outrora florescida
Por tua breve passagem.


Anna Valentina

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Relação IV




Porque havia alguma coisa entre nós que me desinquietava, que me cheirava bem, que me era doce e às vezes cítrico e às vezes impalatável. Ficávamos sentados no sofá, conversávamos sobre qualquer coisa que rendia um montão e ríamos, quiça eu risse mesmo das tuas risadas, que nada tinha tanta graça quanto a graça te de ver sorrir. A gente até lacrimeja e enrubesce do tanto que o coração aquece com esse teu manejo de menino. Mesmo incerta sobre o que sucederia da nossa relação que vivia a beira de se atirar ao adeus, ainda que os meus melhores sentimentos fossem teus. Me tinhas sem se esforçar, me tinhas sem me avisar, meu bem, hoje me deixo levar para que as horas convertam o amor ao pretérito imperfeito também.



Anna Valentina