terça-feira, 31 de março de 2020

Palavras


Por ora ainda me pairam certas dúvidas, quisera que tudo fosse resoluto. Mesmo no exercício de ser o mais claro, o mais inteligível e límpido com as palavras, sempre vai haver o que se escape. Afinal, nem tudo pode ser dito, ou deve ser dito, não!? Porém, as obviedade verbalizadas tornam-se raras àqueles que as escutam. Gosto de pensar que fui óbvia, mesmo nos meus excessos, ainda que sob a reputação de louca, melindrosa, ruidosa, ah, dane-se! Hei de não morrer engasgada e nem afogada na deglutição de certas profissões. Contudo, quando não posso sonorizar o que quero para quem quero, aprendi a pôr em palavras, embora as conte unicamente para o bloco de notas ou o caderninho de cabeceira, intimamente, conforta-me que estejam materializadas e não morrerão comigo e nem assombrarão os sicranos e nem os fulanos, a quem ficou pendente.




Anna Valentina


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